Eventos ULBRA, III ENCONTRO DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA ULBRA

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Controvérsias em protocolos de segurança em sítio operatório
Larissa Grazziotin Claudino, Sara Elisabete Heck, Ísis Lorencena Drummond, Victor Viecceli Villarinho, Antônio Carlos Weston

Última alteração: 28-11-2018

Resumo


introdução: É inegável a importância da proteção do paciente contra infecções de sítio operatório para garantir o bem estar do paciente1 e de acordo com as metas internacionais de segurança do paciente2. Porém, a literatura mostra controvérsias. Um dos principais motivos da falta de consenso sobre as práticas de higiene se deve ao fato não serem acompanhadas por estudos clínicos, mas serem sobretudo costumes3.objetivos: Demonstrar a falta de evidências nas práticas preventivas do ambiente cirúrgico quanto à garantia de segurança do paciente e refletir sobre as controvérsias da literaturamétodos: Revisão não sistemática de artigosresultados: Foi demonstrado que somente há evidências para uso de roupa cirúrgica estéril e luvas cirúrgicas4. O uso de máscara, toucas, pijamas cirúrgicos vindos da lavanderia e outros aparatos de uso de prevenção ainda não possuem evidência guiada por ensaios clínicos. Algumas práticas ocorrem por costume e servem mais para proteger a equipe do que para proteger o paciente de infecções. Já foi provado que o uso de máscaras não altera o número de infecções cirurgicas, mas elas continuam sendo usadas pela proteção da equipe. O artigo5 publicado pela Universidade de Washington (EUA) sugeriu que, a fim de prevenir infecções provenientes de cirurgias, os cirurgiões deveriam operar nus. Os dados já publicados são limitados e heterogêneos, com falhas metodológicas. Um exemplo da contradição entre organizações que preconizam diretrizes é o quesito de cobrir os braços: a Associação dos Enfermeiros do Perioperatório (AORN) recomenda que todos os não-contaminados andem com os braços cobertos em áreas restritas, enquanto a National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido diz que pode permanecer desnudas as áreas depois dos cotovelos. O fato dos dois maiores órgãos produtores de diretrizes recomendarem práticas tão opostas põe dúvida tanto a conduta em ambiente cirúrgico quanto o que é melhor para o paciente.conclusões: O paciente cirúrgico, como contratante do procedimento, deve ser preconizado em ter sua saúde mantida. Assim, torna-se necessário ensaios clínicos que comprovem protocolos efetivos em prevenção de infecção de sítio operatório, de forma a ultrapassar convenções de costumes e que causem reformulação das diretrizes.Referências:2- 6 Metas Internacionais de Segurança do Paciente, estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e preconizadas pela Joint Commission International (JCI).3- Woodhead K, Taylor EW, Bannister G, Chesworth T, Hoffman P, Humphreys H. Behaviours and rituals in the operating theatre. J. Hosp. Infect. 2002; 51:241–255. Available at: http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S019567010291220X.4- Belkin NL. Masks, barriers, laundering, and gloving: Where is the evidence? AORN J. 2006; 84:655–664. Available at: http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S000120920663946X.