Eventos ULBRA, XVII ENCONTRO DA ENFERMAGEM

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Técnicas Cirúrgicas
Daniel Irigaray de Assumpção

Última alteração: 06-12-2014

Resumo


Introdução: A habilidade do cirurgião é construída e aprimorada ao longo do tempo. O conhecimento e o treinamento adequados da técnica para a confecção de nós e suturas podem aprimorar a experiência e também evitar complicações tão temidas nos procedimentos cirúrgicos. Os princípios básicos da cirurgia como os atos de incisar, ligar e suturar fazem parte da formação do acadêmico de medicina e dos residentes de cirurgia; mesmo com o advento de modernas técnicas operatórias como a videolaparoscopia, os tempos fundamentais que são a diérese, a hemostasia e a síntese permanecem inalterados e precisam ser ensinados.
Objetivo: Proporcionar aos estudantes o desenvolvimento de habilidades com o contato prático de técnicas básicas de cirurgia e o descarte correto dos materiais.
Material e Métodos: Foi ministrada aula téorico-prática por um médico- cirurgião sobre montagem do material e execução de sutura, além de o correto descarte de objetos pérfuro-cortantes e contaminados. Como material foi utilizado esponja de sutura, porta-agulha Mayo-Hegar, pinça anatômica dente de rato, tesoura Mayo, fio agulhado nylon 3.0 e caixa de descarte de pérfuro-cortantes. Em aula, foram executadas pelos acadêmicos as suturas: simples, Donatti, colcheiro, em “x”, contínua e intradérmica longitudinal. 
Resultados: A partir do conhecimento em sutura obtido, os acadêmicos da medicina da ULBRA adquirem habilidades que os permite participar da equipe cirúrgica desde o início da sua formação podendo auxiliar na instrumentação e na síntese dos procedimentos realizados no Hospital Universitário. Melhorando, assim, a segurança e a performance dos mesmos em estágios.
Podemos observar que as suturas com pontos separados são mais seguras, interrompem pouco a irrigação dos tecidos, entretanto, em muitos casos permitem a deiscência da ferida. Dentre elas: o ponto simples promove boa coaptação das bordas; o ponto Donnatti promove hemostasia, além de oferecer resistência em área de possível edema; o ponto colcheiro é de execução mais rápida e de menor interferência na cicatrização e o ponto em “X” é adequado para hemostasia sem isolamento do foco sanguíneo. As técnicas de sutura contínua são aplicadas em peritônio, aponeurose e pele distribuindo homogeneamente a tensão entre a zona suturada e promove grande resistência, porém se um ponto é desfeito, toda a sutura é prejudicada e aumenta a chance de isquemia em pontos apertados. O ponto intradérmico tem baixa reação cicatricial, é muito usado em fechamento de incisões cirúrgicas não contaminadas, porém aproxima as bordas sem deixar espaço para drenagem, se necessária. Quanto ao descarte, cada resíduo recebe tratamento adequado sem oferecer riscos ao meio ambiente e às pessoas: o material infectante-biológico com sangue ou secreções, como as luvas, deve ir ao recipiente identificado com saco plástico branco; os resíduos comuns, como peças descartáveis, devem ser descartados em lixeira com saco plástico preto e os resíduos pérfuro-cortantes, como fio agulhado, devem ser armazenados em caixa amarela.
Conclusão: As diretrizes curriculares apontam como fundamental ao médico ter sólida formação básica e treinamento. O prévio conhecimento sobre técnicas cirúrgicas proporciona ao futuro médico que aperfeiçoe progressivamente a sua técnica para que execute os tempos operatórios em uma ordem lógica e sucessiva.

Palavras-chave


Cirurgia; técnicas; medicina; sutura