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O chá das cascas de Endopleura uchi (Humiriaceae), comumente chamada de uxi-amarelo, é utilizado tradicionalmente como anti-inflamatório e no tratamento de infecções uterinas, tumores, hipercolesterolemia, diabetes e artrite. Além disso, esta planta está presente na constituição da “garrafada de Carobinha”, uma preparação popular que apresentou citotoxicidade. Portanto, este trabalho destina-se a analisar a constituição fitoquímica das cascas de E. uchi e avaliar o potencial antiproliferativo e antioxidante do extrato aquoso de suas cascas. Para a análise da constituição fitoquímica realizaram-se ensaios colorimétricos qualitativos e os doseamentos de compostos fenólicos, flavonoides e taninos totais. Determinou-se a atividade antioxidante do extrato aquoso das cascas de E. uchi através do ensaio com DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazila) e como padrão usou-se a quercetina (IC₅₀ = 18,22 ± 2,22 µg/mL). Utilizou-se o método da sulforrodamina B para avaliar a atividade antiproliferativa frente às linhagens de adenocarcinoma humano de cólon (HT-29), carcinoma de mama (MCF-7), célula tumoral geral (KB), glioblastoma humano (U-251) e fibroblasto (NHI-3T3), o padrão empregado foi o etoposídeo. Evidenciou-se a presença de cumarinas, flavonoides, saponinas e taninos nas cascas desta planta. Sabe-se que as cumarinas e as saponinas são metabólitos secundários que possuem potencial citotóxico, logo, relaciona-se a identificação destes compostos com a atividade antiproliferativa encontrada para E. uchi. Constatou-se que o extrato aquoso apresentou maior atividade contra as linhagens celulares HT-29 e MCF-7 e observa-se que estes dois tipos de câncer apresentam grande ocorrência na população. Ainda pode-se relacionar o elevado teor de compostos fenólicos e a capacidade antioxidante encontrada (IC₅₀=17,95 ± 1,17 µg/mL) com o uso popular desta planta.