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DETERMINANTES SOCIAIS EM SAÚDE E A INFLUÊNCIA DA PANDEMIA DO COVID-19 NO RS
Luiza Gabriela Costa, Andressa de Souza Litter, Pablo Duarte Brasil, Lívia Fogaça Capuano, Lucimara dos Santos, Tomás Riche Nunes, Míria Elisabete Bairros de Camargo, Maria Renita Burg, Mariana Brandalise

Última alteração: 12-11-2020

Resumo


PALAVRAS-CHAVE: COVID-19; Determinantes Sociais em Saúde; processo saúde-doença.

INTRODUÇÃO: Conceitua-se Determinantes Sociais em Saúde (DSS) como os fatores sociais, econômicos, culturais, étnico/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde1. Através do conceito, compreende-se que esses fatores podem influenciar tanto na contaminação quanto na mortalidade causada pelo Coronavírus. Deste modo, verificou-se a relevância desta discussão para a saúde coletiva, visto que auxilia na formação de futuros profissionais da saúde e acesso à informação da comunidade. OBJETIVOS: Analisar a influência dos DSS na disseminação e mortalidade do COVID-19 no Estado do Rio Grande do Sul, com o intuito de  proporcionar à comunidade conhecimento sobre este impacto na sociedade. METODOLOGIA: Foram utilizados os dados divulgados nos painéis de monitoramento de COVID-19 do Estado do Rio Grande do Sul e posteriormente analisados estatisticamente com base em artigos e publicações científicas sobre a temática. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os dados do RS, pode-se verificar que pretos e pardos (66%) apresentam maior mortalidade quando comparado com brancos (34%), assim como a contaminação no sexo feminino  (53%). Paciente preto ou pardo e analfabeto tem a sua chance de morte aumentada em 3,8 vezes, por COVID-19, comparado a um paciente branco com nível superior de estudo e os  óbitos de pretos e pardos, ainda apresentaram maior proporção em relação aos brancos2. A diferença entre os óbitos é maior nas internações em UTI do que em enfermaria (aproximadamente 80%). Deste modo, é importante ressaltar que a maioria dos usuários do SUS possui vulnerabilidade socioeconômica, com renda média entre um e ¼ de do salário mínimo nacional. Laurell (1982) afirma que dentro de uma mesma sociedade, as classes que a compõem mostrarão condições de saúde distintas obviamente por possuir diferentes condições de acesso aos serviços de saúde3. Entendendo DSS como um processo social, constataremos que são as desigualdades sociais entre as classes que possuem maior determinação no processo saúde-doença1. CONCLUSÃO: A articulação das diferentes categorias sociais (classe social, gêneros, raça/etnia, sexualidades, entre outras) se encontram inter-relacionadas e estruturam a vida dos sujeitos, produzindo desigualdades. Nesse sentido, a interseccionalidade de determinantes sociais e vivências têm impacto direto na qualidade de vida dos sujeitos4.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1 BUSS, P. M. PELLEGRINI FILHO A. A saúde e seus determinantes. PHYSIS: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 77-93, 2007. Disponível em: https://www.abrasco.org.br/site/gtracismoesaude/2020/07/20/por-que-a-covid-19-e-mais-mortal-para-a-populacao-negra-artigo-de-edna-araujo-e-kia-caldwell/;

2 BATISTA, Amanda, et al, Análise socioeconômica da taxa de letalidade da COVID-19 no Brasil, 2020,  Disponível em: http://www.ctc.puc-rio.br/diferencas-sociais-confirmam-que-pretos-e-pardos-morrem-mais-de-covid-19-do-que-brancos-segundo-nt11-do-nois/;

3 LAURELL, Asa. A saúde-doença como processo social. (La salud-enfermedad como proceso social. Revista Latinoamericana de Salud, México, 2, 1982, pp. 7-25. Trad. E. D. Nunes, p. 1 – 22);

4 PERPÉTUO, Claudia Lopes. "O conceito de interseccionalidade: contribuições para a formação no ensino superior." V Simpósio Internacional em Educação Sexual: saberes/trans/versais currículos identitários e pluralidades de gênero (2017): 26-28;


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