Eventos ULBRA, III ENCONTRO DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA ULBRA

Tamanho da fonte: 
Prevenção da Hipotermia Acidental no Transoperatório: uma Revisão da Literatura
Bernardo Gawski Caovilla, Thiago Bittencourt Bins, Gustavo de Vlieger, João Vitor Dal Ponte Zatt, Gabriel Luiz Köbe, Solange Guimarães

Última alteração: 28-11-2018

Resumo


Introdução: A hipotermia é uma das complicações perioperatórias mais comunsdo ambiente hospitalar, ocorrendo em mais de 70% dos pacientes submetidos aprocedimentos anestésico-cirúrgicos. É definida como a temperatura corporalcentral inferior a 36ºC. Esse fenômeno pode ser induzido - atuando de formabenéfica - ou acidental, gerando graves consequências ao paciente. Podeocorrer devido a abolição das respostas comportamentais após a induçãoanestésica, aumento da exposição do paciente ao meio ambiente, inibição datermorregulação central induzida por anestésicos, abertura de alguma cavidadecorporal ou infusão de soluções frias.Objetivos: Avaliar as consequências da hipotermia acidental no pacientecirúrgico, assim como demonstrar formas de preveni-la.Métodos: Foram analisados 6 artigos que constavam em bases de dados e queabordam o assunto.Resultados: Durante o procedimento cirúrgico, a perda da temperatura doindivíduo pode ser crucial para o desencadeamento de fatores que podeminterferir de maneira negativa tanto no andamento da cirurgia como também narecuperação do paciente. Dentre esses fatores podemos citar o aumento do riscode sangramento, eventos cardíacos mórbidos, infecção do sítio cirúrgico,aumento do risco de trombose venosa profunda, aumento da meia vidafarmacológica dos anestésicos, tremores, prolongamento do período deinternação e a exacerbação da dor pós-operatória. Para que seja evitado odesenvolvimento de hipotermia inadvertida no intra e pós-operatório, utilizam-semétodos que limitam a perda de calor cutâneo para o ambiente, tendo em vistaque aproximadamente 90% do calor do organismo perde-se por este motivo. Osmétodos podem ser divididos em sistema ativo ou passivo de aquecimentocutâneo. O método ativo inclui colchões térmicos com circulação de água,infusões de soluções aquecidas, aquecimento e a umidificação dos gasesadministrados, enquanto o passivo consiste em cobrir e aquecer toda superfíciecutânea com o emprego de cobertores, lençóis ou mantas, reduzindo a perda decalor em 36%.Conclusões: A partir da análise dos artigos foi possível observar que o cuidadocom a manutenção da temperatura do paciente é imprescindível durante otransoperatório, demonstrando que sua má observação pode acarretar inclusiveem morte. Portanto, torna-se fundamental a constante monitorização datemperatura do paciente, pois qualquer alteração pode indicar a necessidade deintervenções médicas a fim de restaurar a normalidade, evitando possíveiscomplicações no transoperatório, zelando pelo bem estar do paciente, reduçãode danos e custos. Cabe à equipe multiprofissional valorizar e dar a realimportância para a hipotermia, oferecendo métodos de aquecimento em todasas etapas, desde o transporte ao centro cirúrgico até a alta do paciente, atuandode forma preventiva e visando impedir que seus efeitos negativos prejudiquem arecuperação dos pacientes.Referências Bibliográficas:1. Moysés AM, dos Santos Trettene A, Navarro LH, Ayres JA. Hypothermiaprevention during surgery: comparison between thermal mattress andthermal blanket. Rev Esc Enferm USP. 2014 Apr;48(2):228-35.2. De Bernardis RC, Silva MP, Gozzani JL, Pagnocca ML, Mathias LA. Use offorced-air to prevent intraoperative hypothermia. Rev Assoc Med Bras(1992). 2009 Jul-Aug;55(4):421-6.3. Silva AB, Peniche Ade C. Perioperative hypothermia and incidence ofsurgical wound infection: a bibliographic study. Einstein (Sao Paulo). 2014Oct-Dec;12(4):513-7.4. Brito Poveda V, Galvão CM, DANTAS, Dantas RA. Hipotermia no períodointra-operatório em pacientes submetidos a cirurgias eletivas. Acta paulenferm. 2009, vol.22, n.4, pp.361-366.5. Ribeiro DR, Longo ART. Hipotermia como fator de risco para infecção desítio cirúrgico: conhecimento dos profissionais de enfermagem de nívelmédio. Rev Min Enferm. 2011;15(1):34-41.6. Muniz GS, Tele NSB, Leitão IMTDA, Almeida PCD, Leitão MC. Hipotermiaacidental: implicações para os cuidados de enfermagem notransoperatório. Rev SOBECC. 2014; 19(2):79-86.