Eventos ULBRA, 3° ENCONTRO ULBRA DE BOLSISTAS CNPQ E FAPERGS

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O que dizem docentes sobre a abordagem sobre gênero e sexualidade na escola?
Andressa Barbosa Comiotto, Bianca Salazar Guizzo

Prédio: Prédio 14
Sala: Sala 218
Data: 21-06-2017 15:15 – 15:30
Última alteração: 05-07-2017

Resumo


Este trabalho constitui-se a partir de um recorte oriundo de um projeto maior de pesquisa, intitulado “Políticas Educacionais: um olhar sobre as questões de gênero e sexualidade”, cujo principal propósito é discutir como docentes têm mobilizado-se com o intuito de colocar em prática, ou não, que consta em documentos educacionais que contemplam gênero e sexualidade. Tendo como base teórica os campos dos Estudos Culturais e dos Estudos de Gênero de vertente pós-estruturalista, nesse trabalho especificamente objetiva-se apresentar e problematizar percepções e entendimentos sobre os conceitos de gênero e sexualidade através das vozes de docentes atuantes na Educação Básica. O material empírico constituiu-se a partir da transcrição de entrevistas semiestruturadas realizadas com esses docentes. Cabe destacar que os cuidados éticos foram tomados e os/as entrevistados/as concordaram com a utilização dos dados produzidos em decorrência das suas contribuições para fins de pesquisa e, consequentemente, de publicação. A partir da organização dessas transcrições, metodologicamente empreendeu-se uma análise cultural, o que nos possibilitou examinar e discutir práticas e produtos da cultura que se vinculam, no caso desse trabalho, às falas dos sujeitos dessa investigação. Foram tomados como principais ferramentas teóricas os conceitos de representação, de gênero e de sexualidade. Os resultados obtidos inicialmente demonstraram que existem diferentes entendimentos e abordagens sobre as questões de gênero e de sexualidade percebidos através das falas dos/as professores/as entrevistados/as. Há, porém, uma diferença nítida entre as falas de professores/as ligados/as ao campo das Ciências Biológicas e as daqueles/as ligados/as às Ciências Humanas. O primeiro grupo apresenta um discurso ligado à biologia, à reprodução, à anatomia e à “naturalização” do gênero e da sexualidade em seus debates na sala de aula, ou seja, o modo de trabalhar atrela-se ao campo biomédico e da saúde. Já o segundo grupo problematiza, ainda que de forma tímida, questões sociais, culturais e históricas ligadas a gênero e a sexualidade. Além disso, introduzem discussões que buscam despertar em alunos e alunas o respeito às diferenças. Esse recorte da pesquisa, permitiu-nos concluir que, apesar de os/as entrevistados/as mencionarem que tenham tido minimamente contato com tais temáticas em seus cursos de formação, tem havido a inserção das discussões de gênero e sexualidade em suas práticas pedagógicas, embora a partir de diferentes perspectivas.


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