Eventos ULBRA, I JORNADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

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SÍNDROME DA ASPIRAÇÃO MECONIAL- SAM
Emanuela Luiza Schneider Kowalski, Fernanda Lauxen, Bianca Cristine Muller, Gabriela Raphaelli Nardin, Daniela Barbosa, Critina Moraes, Lisara Carneiro Schacker

Última alteração: 11-10-2016

Resumo


Introdução: A presença do mecônio no líquido amniótico é mais comum quanto maior a idade gestacional e em recém-nascidos pequenos para a idade gestacional. A SAM resulta de obstrução aguda das vias aéreas, acompanhada de pneumonite química, edema alveolar, aumento da resistência vascular pulmonar, mudanças na complacência e na capacidade residual funcional e alterações na relação ventilação perfusão. Objetivo: Objetivamos com este estudo, compreender a fisiopatologia como um todo e ter a visualização do papel da enfermagem desde a prevenção até os cuidados na execução do tratamento. Metodologia: Foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica em artigos publicados em uma base de dados on-line e consulta ao acervo da biblioteca da Universidade Feevale. Resultados: Os fatores de risco associados a SAM são antecedentes maternos como: hipertensão arterial, doença cardiovascular ou pulmonar crônica, hipotensão aguda, descolamento prematuro de placenta. Se algum fator desencadear hipóxia o bebe inicia um gasping e com isso acaba aspirando o mecônio durante o trabalho de parto, no nascimento ou após nascimento imediato. A obstrução pode ser total, levando à morte rápida por asfixia ou a cor pulmonale agudo. Os sinais evidentes de mecônio no exame físico do RN (impregnação, pele seca, enrugada e sem vérnix, unhas ou cordão umbilical). Sintomas respiratórios logo após o nascimento: gemido expiratório, batimento de asa de nariz, taquipnéia, taquicardia, cianose, uso da musculatura acessória. O diagnóstico é feito através da visualização do mecônio no líquido amniótico, mecônio aspirado na traqueia e radiografia de tórax com achados compatíveis de SAM. A terapêutica visa retirar a maior quantidade possível de mecônio, desobstruindo as vias aéreas. Se for constatada a presença de "shunt" D-E, deve-se fazer o diagnóstico de hipertensão pulmonar persistente e tratá-la como tal. O uso de antibióticos é discutível, uma vez que o mecônio é estéril. A reposição e lavado bronco-alveolar com surfactante têm mostrado benefícios e vêm sendo estudados nos últimos anos. A prevenção é baseada em um bom acompanhamento pré-natal, atentando aos fatores de risco, realizando a monitorização adequada da frequência cardíaca fetal durante o trabalho de parto, e prestar boa assistência pediátrica na sala de parto. A amnio-infusão é descrita como muito útil em pacientes com trabalho de parto complicado, melhorando a avaliação do escore de Apgar ao nascer, diminuindo a quantidade de mecônio abaixo das cordas vocais e também reduzindo a necessidade de ventilação com pressão positiva. Cabe a enfermagem: observar antecedentes de sofrimento fetal em recém-nascido pós-termo,; identificação de alterações e conhecimento da fisiologia neonatal principalmente alterações respiratórias; monitorização; minimizar estimulação ambiental; prestar cuidados específicos de acordo com o tipo de ventilação em uso; controle de debito urinário; observar comprometimento neurológico. Conclusões: O presente estudo foi esclarecedor para a compreensão principalmente do mecanismo fisiopatológico da síndrome da aspiração meconial e a gravidade com que esta impacta a estabilidade clínica do RN. Também consideramos de suma importância a preparação do profissional da saúde na assistência e identificação desta e de outras patologias, pois apresentam-se de forma grave e letal, requerendo manejo especializado e capaz de atender ás necessidades destes quadros clínicos.

Palavras Chave: ENFERMAGEM. MECÔNIO. SÍNDROME.