Eventos ULBRA, I JORNADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

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A experiência grupal como forma de repensar as relações estabelecidas entre trabalhadores e usuários de saúde mental
Camila Martins Sirtoli, Duane Brites de Oliveira Menezes

Última alteração: 11-10-2016

Resumo


Introdução: O trabalho em grupo no campo da saúde mental se trata de um dos principais dispositivos de cuidado, tendo em vista que através dos grupos existem trocas de experiências e uma vivência coletiva, além dos objetivos específicos de cada grupo. O grupo é uma importante ferramenta de trabalho no campo da saúde mental, onde a população atendida muitas vezes foi ou é excluída dos espaços de convívio social.  Nos Centros de Atenção Psicossocial, nos quais existem, equipes multiprofissionais são realizados grupos onde na maioria das vezes há moderação de um trabalhador.  Não podemos negar que muitas vezes a relação dos profissionais da saúde em relação aos usuários imprime uma lógica de hierarquia onde um tem o saber (profissional) e o outro o recebe (paciente), o grande desafio do trabalho em grupo na saúde mental é construir junto ao usuário, facilitar seus processos. Objetivo: Relatar a experiência vivida em um grupo realizado em um Centro de Atenção Psicossocial e a partir dela repensar as relações estabelecidas entre usuários e trabalhadores. Metodologia: O trabalho é um relato da experiência vivenciada em um grupo onde participam trabalhadores e usuários que é realizado em um Centro de Atenção Psicossocial ll. O grupo tem como objetivo refletir sobre diversos temas, referentes à saúde, política, fluxos do serviço ou o que estiver sendo mais emergente naquele determinado momento. Resultados: O grupo iniciou neste ano com o nome de grupo de estudos com a proposta de conhecer refletir a respeito da Reforma Psiquiátrica e do Sistema Único de Saúde. Desejando que o grupo fosse um espaço aberto para profissionais, estagiários, residentes usuários e familiares onde fossem estabelecidas relações horizontais entre os participantes. A proposta do grupo foi divulgada, aos poucos o grupo foi se constituindo, e ainda continua em constante transformação. Após debates e a visível percepção da pouca demanda dos usuários e profissionais, uma das estratégias do grupo foi mudar de nome que então passou a se chamar de Grupo de Conhecimentos Gerais. Junto a esta mudança vem se pensando os fatores que também podem ser importantes para não aderência, como as relações que cotidianamente estabelecemos entre profissionais e trabalhadores no cotidiano do serviço. Conclusões: O grupo vem sendo um instrumento potente para repensar as relações estabelecidas entre nós no serviço, a não procura pelo grupo é sinónimo que algo deve ser revisto e este é o constante trabalho que estamos nos propondo a fazer, não em busca de números de pessoas no espaço, mas na busca pelo não dito, na busca incessante em repensar nosso fazer.