Eventos ULBRA, II JORNADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

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Residência Multiprofissional em Saúde no Brasil: revisão sistemática integrativa
Rick da Cunha, Adriel Brandão, Fernanda Stein, Renata Simionato, Cristina Caberlon

Última alteração: 06-03-2018

Resumo


Introdução: A residência multiprofissional em saúde teve sua regulamentação a partir da lei nº 11.129 de 2005, permitindo a formação de profissionais especializados por meio da integração ensino-serviço. Essa modalidade de pós-graduação caracteriza-se por seguir os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, integrando as profissões de Assistente Social, Biólogo, Biomédico, Educador Físico, Enfermeiro, Farmacêutico, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Médico Veterinário, Nutricionista, Odontólogo; Psicólogo e Terapeuta Ocupacional. Objetivo: Analisar as publicações científicas desde 2000 que abordem as características tanto dos programas de residência multiprofissional brasileiros, quanto dos seus residentes, incluindo a atuação destes nos serviços de saúde. Método: Revisão sistemática integrativa, com pesquisa nas bases de dados Scielo, Pubmed e Periódicos CAPES, abrangendo artigos publicados a partir de 2000 e utilizando os descritores residência e multiprofissional. Resultados e Discussão: Aplicados os critérios de exclusão, foram lidos e analisados 18 artigos, organizados em categorias. As Residências Multiprofissionais em saúde estão regulamentadas no Brasil desde 2005; apesar de serem orientadas por uma legislação comum, seus Programas Político-Pedagógicos são desenvolvidos conforme as particularidades das instituições de ensino e serviço envolvidas. Assim, diferentes propostas de trabalho e estudos integram a formação dos residentes. Propostas de educação permanente em saúde e de apoio matricial se mostraram um aspecto comum em diferentes programas, estimulando a atuação multiprofissional e permitindo ao residente essa vivência, a partir de uma análise crítico-reflexiva da atuação profissional em meio ao Sistema Único de Saúde. Diversos desafios e dificuldades também são apontados, entre os quais destacam-se as situações em que o residente é visto apenas como mais um funcionário, as pressões relacionadas às atividades práticas e de ensino, a extensiva carga horária, as integrações com diferentes categorias profissionais bem como a pouca experiência. Todos esses fatores contribuem para prejuízos na qualidade de vida e na saúde mental dos residentes, de forma que patologias associadas ao estresse, como a síndrome de burnout, vêm sendo associadas a residentes. Conclusão: A residência multiprofissional em saúde possui papel importante na formação de profissionais capacitados a atuar no SUS. Por ser uma proposta recente e inovadora, essa modalidade de pós-graduação ainda enfrenta diversas dificuldades. Estudos sobre esse tópico são fundamentais para que se tenha um melhor entendimento sobre a atuação do residente nas unidades de saúde, bem como para que se possa aperfeiçoar os programas de residência multiprofissional.