Eventos ULBRA, VIII Salão de Extensão (Canoas)

Tamanho da fonte: 
ARTESANATO KAINGANG E SEUS DESDOBRAMENTOS NA TERRA INDÍGENA JAMÃ TŸ TÃNH/ESTRELA
Ernesto Pereira Bastos Neto, Gabriel Devitte, Luis Fernado da Silva Laroque, Raquel BARCELOS DE SOUZA

Última alteração: 16-09-2016

Resumo


Os Kaingang pertencentes ao tronco linguístico Jê, ocuparam até o século XIX a região do planalto meridional brasileiro, localizado nos atuais territórios de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e parte de misiones na Argentina. Os Kaingang da Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh/Estrela, protagonizaram um processo que entendemos como de reterritorialização, até instalarem-se no local onde se encontram atualmente. O trabalho insere-se no projeto de extensão “História e Cultura Kaingang em territórios da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas” que é desenvolvido pela UNIVATES/Lajeado. A problemática proposta é verificar a existência do artesanato e suas práticas na Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh. O objetivo é analisar a prática do artesanato e seus desdobramentos na Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh, além de demonstrar as atividades extensionistas realizadas a partir desta. A metodologia é qualitativa com análise de conteúdo, contando com saídas de campo à Terra Indígena, elaboração de diários de campo, diálogos com a comunidade e registros fotográficos, bem como revisão bibliográfica sobre a temática. Tomamos como referencial, teóricos da cultura e ensino da história indígena, apresenta-se como resultados parciais o fato do artesanato fazer parte do patrimônio cultural Kaingang, pois historicamente esteve associado às atividades de caça, pesca e coleta, onde os cestos eram utilizados no transporte e na armazenagem de produtos. Atualmente as populações Kaingang produzem artesanato principalmente para comercialização nas áreas urbanas, a fim de contribuir para a sustentabilidade econômica das comunidades, mas também para a continuidade desta prática cultural. Na Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh a localização dos cipós e bambus, seu corte, secagem, embora com algumas ressignificações permanecem operantes e são aspectos da memória e da ancestralidade Kaingang. Nas atividades extensionistas que também são realizadas com alunos da educação básica e do ensino superior o artesanato tem sido apresentado como traço da cultura indígena. Concluímos que a produção de artesanato se mantém presente na T.I Jamã Tÿ Tãnh reforçando a identidade étnica do grupo, apesar de dificultada por fatores como a escassez de matéria prima.

Referências:
BENVENUTI, Juçara; BERGAMASCHI, Maria Aparecida; MARQUES, Tania Beatriz Iwaszko (Org.) Educação Indígena Sob o Ponto de Vista de Seus Protagonistas. Porto Alegre: Evangraf, 2013.
FUNARI, Pedro Paulo; PIÑÓN, Ana. A Temática Indígena na Escola. São Paulo: Contexto, 2011.
SILVA, Juciane Beatriz Sehn; Laroque, Luís Fernando da Silva. A HISTÓRIA DOS KAINGANG DA TERRA INDÍGENA LINHA GLÓRIA, ESTRELA, RIO GRANDE DO SUL/BRASIL: SENTIDOS DE SUA (RE)TERRITORIALIDADE. Soc. & Nat., Uberlândia, ano 24 n. 3, 435-448, set/dez. 2012.
SANTOS, Rafael José. Antropologia para quem não vai ser antropólogo. Porto Alegre: Tomo editorial, 2005.
SEVERO, Diego Fernandes Dias . Educar, Viver, Trabalhar: Os ignificados do fazer os artesanatos entre os Kaingang da ëmã Por Fi Ga. 2014. 143 p. Dissertação (mestrado) Ciências Sociais, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, 2014.
WITTMANN, Luisa Tombini (Org.) Ensino (d)e História Indígena. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.


Texto completo: RESUMO EXPANDIDO  |  POSTER