Eventos ULBRA, XI Salão de Extensão (Canoas)

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DELIRIUM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: CAPACITANDO O CUIDADOR.
Luana Saibro Castro, Marília Judiths Souza Silva

Última alteração: 10-09-2019

Resumo


INTRODUÇÃO: O acentuado aumento da população idosa no Brasil tem corroborado para discussões acerca de problemas relativos à saúde pública, destaca-se; hoje, que esse crescimento já é considerado um fenômeno mundial e está ocorrendo a uma velocidade sem precedentes. O idoso, em virtude do processo de envelhecimento e das diversas mudanças fisiológicas em seu organismo, perpassa por situações estressantes fisiológicas e psicológicas, necessitando, por conseguinte, tratamento e atenção de profissionais qualificados.  O delirium é definido como uma alteração do nível de consciência de instalação aguda (horas ou dias) e curso flutuante, acompanhada de déficit de atenção e alteração da cognição, como déficit de memória ou desorientação. O principal público afetado é a população idosa, aproximadamente 30% desses pacientes apresentam delirium durante uma internação hospitalar, aumentando para 70% em unidades de terapia intensiva, entretanto dados referentes ao domicílio são escassos na literatura. Os estudos evidenciam que idosos com delirium apresentam pior prognóstico, aumentando o risco de demência e de mortalidade. Diante da problemática observada durante os atendimentos de Visita Domiciliar (VD) da atenção básica, e das dúvidas e anseios de familiares e cuidadores, além das negativas implicações para o indivíduo, família e serviços de saúde, percebeu-se que o cuidado atribuído pela Equipe de Saúde da Família (ESF) em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) se torna essencial a partir da informação e orientação da comunidade envolvida para o reconhecimento dessa síndrome e do manejo ao paciente para um melhor desfecho. OBJETIVO: Relatar os desafios encontrados na prática assistencial de cuidadores e/ou familiares de idosos diante de situações de alterações neuropsiquiátricas em domicílio. METODOLOGIA: Estudo do tipo relato de experiência sobre delirium em pacientes idosos domiciliados e ou acamados assistidos por uma ESF em uma UBS no município de Canoas, fundamentado na observação de alterações neuropsiquiátricas desses idosos durante as visitas domiciliares ocorridas entre março e julho de 2019. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante as VDS’s foi possível observar a partir dos relatos de familiares e cuidadores múltiplas consequências, como ansiedade, angustia e confusão em relação à sintomatologia apresentada e ao modo de cuidar e manejar seu familiar. A falta de informação e conhecimento de usuários e profissionais acerca da síndrome é outro ponto evidenciado, que corrobora para a dificuldade do diagnóstico e tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Estima-se capacitar cuidadores e familiares além de elaborar um manual de orientações para manejo durante o quadro de delirium direcionado a prevenção. A partir do conhecimento desse familiar/cuidador atuando na prevenção, podem-se evitar transtornos a família, dor, até mesmo diminuir os riscos de morte. Além disso, o familiar devidamente orientado poderá perceber sinais de alerta para doenças de base e acionar serviço de saúde mais precocemente evitando piores desfechos.

 

REFERÊNCIAS

Guilherme Emanuel Bruning; Mauro Binz Kalil; Sati Jaber Mahmud. Avaliação e manejo domiciliar do Delirium (Org.). São Luís, 2014.

Fabbri RMA. Delirium. In: Freitas, EV. Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. p. 326-333


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